domingo, setembro 14, 2008

Todo visto tem um preço

Ailim Braz,
de Pequim


Foto: Luciano Franklin
Devido ao sucesso das Olimpíadas, muitos turistas resolveram estender o tempo de permanência em Pequim. A intenção principal era acompanhar, também, os Jogos Paraolímpicos 2008. No departamento de imigração, no entanto, os visitantes estrangeiros depararam-se com algumas barreiras diplomáticas.

Além de pagar uma taxa de 160 yuans (cerca de R$40,00), para pedir a extensão do visto, o turista teve de abrir uma conta em algum banco chinês e depositar 100 dólares para cada dia a mais que pretendesse ficar na capital chinesa. A abertura da conta e o cartão magnético são gratuitos. Mas, para receber o comprovante de depósito, é necessário desembolsar 20 yuans (cerca de R$5,00).

O processo de solicitação do visto dura em média sete dias. Enquanto isso, o documento de identificação internacional da pessoa fica retido. Como substituição, o solicitante recebe um protocolo amarelo. E, embora o dinheiro possa ser sacado dois dias depois de depositado, a exigência do governo chinês tem revoltado os estrangeiros.
Somados o preço da diária em um hotel três estrelas, duas viagens de metrô e três refeições, o valor total para passar um dia na China não ultrapassa 200 yuans (o equivalente a 30 dólares).

“Acredito que essa tenha sido a forma encontrada para fazer entrar dólares no país. O pior é ter de passar por isso, sabendo que, até antes dos Jogos, o procedimento para renovar o visto era diferente”, disse o brasileiro Mauricio Savarese, que passou 45 dias em Pequim.

Hospedado na casa de amigos residentes na China, na manhã seguinte à expiração de seu visto, o repórter acordou com a polícia batendo à sua porta. Mas, na delegacia, a situação do correspondente se resolveu em 15 minutos. Ele foi dispensado de efetuar o depósito e conseguiu estender a permanência no país pagando apenas a taxa imposta pelo serviço de imigração.

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