quinta-feira, setembro 11, 2008

Mergulhou o nadador, emergiu o imperador

Na vitória de Daniel Dias, no dia 7 de setembro, o simbolismo da conquista da independência evocava a luta do portador de necessidade especial

Jailson Kalludo,
de Pequim

No dia 7 de setembro, quando ganhou o primeiro ouro da natação paraolímpica em Pequim, o nadador paraolímpico Daniel Dias deu um presente para a nação, cuja Independência aniversariava.

No Ginásio Nacional Aquático, conhecido como Cubo d’Água o brasileiro Daniel Dias nadou para se tornar o imperador das águas de Pequim. A multidão batia palmas e um grupo de brasileiros aclamava seu nome pelos quatro cantos do Cubo d’Água.

O momento crucial que definiu que o atleta brasileiro partia para conquistar a medalha foi quando tocou a raia, fez a virada e imprimiu um outro ritmo, sem se importar com seus adversários.

O poder de Daniel Dias de administrar o seu corpo sobre a água é algo majestoso, imponente.
A sua forma de nadar é como se fosse uma forma de arte. Só um paraatleta como Daniel para fazer esse feito. Um paraatleta executa essas manobras com a alma.

Sem perder a cadência, atletas paraolímpicos brasileiros têm mostrado em Pequim, e mais uma vez, que são dos melhores competidores no esporte de superação.

Se o Brasil investisse mais no esporte de superação, melhoraria muito a condição do atleta portador de necessidade especial. Descobrimos que através do esporte e da educação podemos formar bons cidadãos.

O esporte paraolímpico não existe para mostrar quem é o melhor, mas para valorizar aquele que termina a prova, e que supera os seus próprios limites. Esse é o grande espírito do esporte paraolímpico, fiel ao que dizia o Barão Pierre de Coubertin: o que verdadeiramente importa é competir.

Um comentário:

Ana Paula disse...

Lindíssima reportagem. Parabéns ao atletas brasileiros, que eles recebam o reconhecimento que merecem pela sua grande força de vontade e superação.