segunda-feira, setembro 15, 2008

Lição paraolímpica

Luciano Franklin
de Pequim

Foto: Geyzon Lenin


Daniel Dias, Luís Silva, Ivanildo Vasconcelos e Clodoaldo Silva encerraram com a prata a participação brasileira na natação nessa segunda-feira, penúltimo dia de competição. Mas nem só de pódio vive o Brasil. Antes de ganhar a medalha, Daniel Dias em companhia de André Brasil, Marcelo Colet e Phelipe Rodrigues ficaram em último no revezamento 4x100.

Ficar na última colocação, frustra muitos expectadores, mas não os atletas. As respostas que parecem ensaiadas, todavia sinceras, sempre vem com um sorriso e com pensamentos positivos para os próximos jogos. "Não foi dessa vez, vai ficar pra próxima, tentei usar uma técnica diferente, mas não deu certo", lamenta Adriano que participou da final na prova dos 50 metros livre na categoria S6.

E nem aqueles que ganham medalha escapam de críticas. "Acho que errar é humano, mas perdoar é divino, já sou uma vitoriosa só por estar aqui", desabafa Terezinha que levou o bronze e não se sentiu frustrada por não conseguir o ouro nos 400 metros.

A expectativa normalmente de um torcedor é que seu time ganhe. Não seria diferente em uma paraolimpíada. A superação de uma deficiência, não tem tanta importância como uma vitória. Quem vira notícia é quem ganha medalha.

O Brasil é um dos países candidatos a sediar as olimpíadas e paraolimpíadas 2016. O desabafo de nossos atletas, sugere uma nova pauta de conscientização. Todos se queixam da falta de assistência do governo e de possíveis empresas patrocinadoras. "Não adianta cobrar medalhas se não temos locais adequados para treinar. A valorização do esporte já é pouca, imagina nos paradesportos? Sem divulgação, como é que as empresas irão patrocinar?", indigna-se o técnico de halterofilismo, Junior Ferreira.

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