segunda-feira, setembro 15, 2008

Posso ajudar

Luciano Franklin
de Pequim

Foto: Luciano Franklin


O suporte oferecido aos visitantes durante os jogos olímpicos e paraolímpicos vai além das estruturas dos estádios. Desde a chegada em Pequim, os turistas têm a sua disposição o serviço dos voluntários, pessoas treinadas para ajudar. Eles somam mais de um milhão e estão espalhados entre as cidades sedes.

Com um sorriso estampado no rosto e sempre dispostos a resolver as dúvidas dos turistas e atletas, esses chineses fazem a recepção da edição dos jogos, diminuindo a barreira comunicação.

Para oferecer um serviço de qualidade, o trabalho voluntário foi iniciado em abril do ano passado. Como treinamento, os chineses participaram de conferências sobre a história dos jogos olímpicos, conhecimentos de esporte e expressões de gentileza, além de informações básicas para com os paraatletas indo dos modos de auxílio até sinais gestuais para facilitar o entendimento.

Segundo Tan Ling, voluntária de tradução e estudante de língua espanhola, os jogos mudaram a China. "Há sete anos a China se propôs a fazer um evento esportivo internacional de grande magnitude, e tem conseguido. Desde que cheguei a Pequim tinha o sonho de ser voluntária. Essa experiência de poder ajudar e conhecer novas pessoas têm sido ótima.", conta entusiasmada a chinesa.

A estudante que é do sul da China, da cidade de Suzhou próximo a Xangai, também sabe falar inglês, trabalha como voluntária de línguas no centro principal de mídia e participou tanto das olimpíadas como das paraolimpíadas. De acordo com Tan, os dois jogos receberam a mesma atenção pelo governo chinês.

Os voluntários são normalmente estudantes universitários e todos tem de 18 anos pra cima. Há também voluntários estrangeiros e outros com mais de 80 anos. Os idosos trabalham menos tempo que os mais novos. Em média a jornada diária é de 4 a 6 horas intercalando um dia de trabalho e um dia de folga, dependendo do lugar onde se trabalha. Os voluntariados foram divididos em 26 classes e as classes com mais demanda são as de tradução e de transporte.

Voluntários nas paraolimpíadas

Como há menos países participando dos jogos paraolímpicos, há também menos jornalistas, menos público e menos voluntários. Entretanto, os voluntários que trabalham nesta edição tomam todo cuidado tendo mais atenção porque lidam com pessoas especiais.

Segundo Pan Lanxi, chefe dos voluntários de língua, os voluntários de tradução passaram por um teste de escrita e oral para serem aprovados. Ao total são mais de 2000 voluntários de tradução nos estádios para ajudar os visitantes dos paraolímpicos. Para ela a falta de experiência para um evento tão importante, pode ter sido a maior dificuldade da China em fazer um bom trabalho na área desportiva. "Convidamos os chefes de Sidney e de Atenas para vir a China fazer conferências para ensinar o que devemos fazer e como trabalhar em certas ocasiões", alega Pan.

"É o nosso dever fazer o melhor para servir os turistas, atletas e jornalistas. Quando eles ficam felizes com o nosso trabalho, nós também ficamos, pois é um prazer recebê-los em nosso país." Afirma contente a chefe ao saber dos elogios feitos aos voluntários. E conclui que os voluntários conduzem o trabalho como se existissem dois jogos olímpicos. "A paixão pelo esporte é a mesma, as pessoas são iguais as necessidades que são diferentes.", diz.

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